Hoje, 28 de outubro, é o dia do flamenguista. Hoje, 28 de outubro de
2013, é uma segunda-feira onde o time se prepara para um jogo contra o
Goiás, lá, pela Copa do Brasil.
Hoje, como sempre, líder ou fora da briga, a capa dos jornais terá o tal do Flamengo.
Decidindo titulo ou não, lá estarão milhares de torcedores, em outro
estado, fazendo com que o tal do Flamengo jogue em casa quando deveria
atuar fora.
No outro domingo, onde todos jogam mais uma rodada, lá estará ele, de
novo, jogando com 12, burlando o regulamento básico do futebol.
E se o time perder, não muda nada. Vão se revoltar, xingar, protestar
e, daqui 3 meses, lá estarão eles fazendo juras de amor ao time num
clássico qualquer pelo campeonato estadual, aquele que nem eles aguentam
mais vencer.
O time mais inexplicável do planeta terra, sem dúvida.
Não
ganhava o principal titulo nacional desde 1992. Lá se foram mais de 17
anos e a torcida diminui? Não, aumentou. Segundo pesquisa, a maior entre
as crianças do país.
Quando ninguém dá nada pra eles, chegam e surpreendem a todos. Quando todos esperam muito, ele perde e decepciona sua nação.
Favorito em tudo que disputa, simplesmente pelo citado acima. Ninguém é capaz de saber o que esperar do Flamengo, nunca.
E quando eventualmente não tem um time capaz de ser campeão, a
cobrança é como se tivesse. Ou seja, não existem jogadores no Flamengo.
Existe o Flamengo e ponto final.
Única torcida do planeta que paga ingresso por 2 espetáculos. Um no campo, como todas elas, e outro que ela mesmo proporciona.
O flamenguista vai ao Maracanã pra curtir o time, o jogo, o clima e a própria torcida. É único.
Talvez uma das raras torcidas do mundo que tenha dezenas de ídolos, mas que não há discussão sobre o maior.
Existe o Zico e o resto. E o “resto” inclui, talvez, os dois melhores laterais que o mundo já viu em cores. Leandro e Junior.
A Nação rubro-negra não tem esse nome a toa. São 35 milhões de torcedores, e vejamos:
A cidade mais populosa do mundo é Tóquio. E tem 34 milhões de pessoas.
A maior do Brasil é são Paulo, com 19.
O Flamengo, sozinho, tem 35. Se cobrasse impostos seria trilhardário.
Não cobra, e vive devendo.
Deve milhões, e isso não faz a menor diferença.
Ao contrário do amor que tanto exaltamos, este não vai embora quando o
amado fica pobre. É amor de verdade, o mais puro que existe.
Incondicional, este sim.
Aquele que não analisa, que não raciocina, que não condiciona a nada.
A nação poderia dizer, sem culpa: “Eu te amo, e pronto”.
Não interessa porque, como, quando e nem sob quais condições.
É maior, é inexplicável.
Ser Flamengo é algo que não tem comparação. Eu não nasci assim, e nem ouso dizer se felizmente ou infelizmente.
Flamenguista é aquele sujeito que ama futebol acima do que ele o
proporciona. Aquele que não troca amor por resultados, e que não
condiciona sua preferencia por um ou outro jogador.
Por aí existe o Santos de Pelé, o São Paulo de Rogério Ceni, o Palmeiras de Ademir.
Lá existe o Zico do Flamengo.
A ordem é sempre inversa. Os valores são sempre diferentes.
Ser flamenguista não torna ninguém melhor do que os outros, nem pior. Diferente, sem dúvida.
Ser maioria é algo que fortalece. É infinito, porque a nação não tem
fim, e nem deixará de ser a maior torcida do país nos próximos 200 anos.
Odiar o Flamengo é absolutamente justificavel.
Qualquer um fica irritado em ganhar titulos e mais titulos e ver que a capa do jornal não muda de foto. É sempre a do Flamengo.
Qualquer um se incomoda em saber que titulos e dividas menores não
conseguem sobrepor a importancia de um clube que tem sua grandeza
baseada em nada atual e concreto.
É grande. Porque? Porque é.
Pode existir algo maior do que o que não se explica?
Entrar num Maracanã lotado e olhar pra aquela torcida é algo que apenas eles sabem o que é, o que significa e o quanto importa.
“Torcida não ganha jogo”, dizem.
“Só se for a sua”, eles dirão.
Hoje é dia do flamenguista.
Você não é Flamenguista?
Que pena.
Fonte: Blog do Rica Perrone