Sabe aquela sensação de “Putz, eu sabia a resposta, mas na hora deu branco”? A memória é assim mesmo, uma fileira de arquivos parecida com uma enorme biblioteca e que podem ser acessados imediatamente a partir de um estímulo qualquer: seja um cheiro, um gosto, um som e até mesmo um toque. O mais incrível é que nesses arquivos, formados por centenas de bilhões de neurônios, há sempre espaço para novidades, que somos capazes de lembrar ou esquecer num piscar de olhos. Este é o problema do nosso maravilhoso sistema de arquivos, ele pode ficar lotado ou simplesmente desaparecer e segundo o professor de neurobiologia da Universidade da Califórnia, James McGaugh, “o aspecto mais notável da memória é o esquecimento”. A verdade é que não nos lembramos da maior parte dos fatos que já vivenciamos, normalmente esquecemos os mais relevantes e ficamos com aqueles de maior significado e este é um meio de renovação da memória, já que ela mobiliza e ocupa muitas células, é necessário liberar um espaço de vez em quando e isso é feito esquecendo certas coisas, para que a memória não vire um depósito de lixo – ora traumático, ora inútil. O problema surge quando há perda de controle do esquecimento, fenômeno intrigante que a medicina conhece como amnésia.