Você já ouviu falar no novo ensino médio? Aprovado por lei no ano de 2017, visando tornar essa fase da vida escolar mais atrativa para evitar que estudantes abandonem os estudos, este novo modelo já começou a ser implantado neste ano de 2022. E vale para todas as escolas do Brasil, sejam elas da rede pública ou da rede privada.
Professores, alunos, a classe acadêmica, de uma certa forma, já tem vivido na pele as mudanças. Mas muita gente ainda precisa, digamos, entender a novidade. De maneira geral, o novo método de ensino prevê o aumento de horas letivas anuais: passam de 800 horas para 1.000 horas. Além disso, houve uma mudança na grade curricular e até no objetivo do próprio ensino médio.
A reportagem do OitoMeia entrevistou a Coordenadora do Processo de Implementação do novo ensino médio no Piauí, Elenice Nery, que falou sobre a principal mudança, no que diz respeito à questão do aumento de carga horária:
“Mudará a carga horária. A partir de agora, o ensino médio deverá ter uma carga horária mínima de 3.000 mil horas, e a distribuição dessas horas ao longo dos três anos de ensino médio ficou a cargo de cada estado. No Piauí nós temos 1.000 horas por ano, o que tem que ser dividido em duas partes, uma que é geral, que é a formação geral básica, que necessita de 1.000 horas e a outra parte é a que fica por escolha dos alunos, que são os chamados itinerários normativos”.
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
A BNCC, Base Nacional Comum Curricular (BNCC), nada mais é do que um documento que serve como referência para as escolas das redes públicas e privadas de ensino de todo o país. Esse documento tem o objetivo de orientar a nova elaboração dos currículos de referência das escolas. Segundo Elenice, a partir de agora, o currículo será distribuído por áreas de conhecimento.
“Até o ano de 2021 o currículo adotado era todo distribuído por disciplinas, e o novo currículo vem construído por área do conhecimento, mesmo com isso, todas as disciplinas da componente curricular irão constar, porém iremos trabalhar na área do conhecimento”, afirma a coordenadora do processo de implementação do novo ensino médio, Elenice Nery.
A pretensão geral da BNCC é promover a elevação da qualidade de ensino no Brasil, por intermédio de uma referência comum obrigatória para todas as escolas de educação básica, respeitando a autonomia assegurada pela Constituição aos entes federados e às escolas.
QUAIS OS BENEFÍCIOS PARA OS ESTUDANTES?
De acordo com o Ministério de Educação, esse novo sistema veio para atender às necessidades e às expectativas dos jovens, possibilitando que os estudantes possam escolher o itinerário formativo no qual desejam aprofundar seus conhecimentos. Ou seja, além de cumprir a componente curricular geral obrigatória, o aluno, a partir de suas aptidões, poderá escolher uma área específica como foco.
Além de poder aprofundar os conhecimentos em uma área pela qual o estudante se identifique, ele pode ainda se aprofundar em um ou mais cursos ou habilitações de formação técnica e profissional. Isso contribuirá para que o jovem desperte maior interesse no processo estudantil e no acesso à escola.
COMO SERÁ A OFERTA DAS DISCIPLINAS A PARTIR DE ENTÃO?
Algo que foi muito questionado assim que as primeiras notícias sobre o novo ensino médio começaram a ser divulgada, foi a questão da oferta de disciplinas. Com o discurso de que haveriam disciplinas obrigatórias e optativas, as pessoas começaram a achar que o ensino ficaria bagunçado, pois o aluno não iria mais ser obrigado a cursar todas as disciplinas que anteriormente eram obrigatórias. Porém, não é isso que irá acontecer.
Segundo o Ministério de Educação a proposta atual da BNCC, aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), mobiliza conhecimentos de todos os componentes curriculares em suas competências e habilidades e, portanto, torna sua oferta obrigatória. Os currículos de referência das redes e os Projetos Pedagógicos das escolas que irão definir a organização em que as disciplinas serão dispostas dentro de cada área do conhecimento, e a forma de ensino dos conteúdos de cada um desses componentes, considerando as particularidades e características de cada região. Então, a partir disso, pode-se afirmar que nenhuma disciplina será excluída no processo.
Fonte: OITOMEIA
