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Muitos brasileiros têm passado dos 60 anos com um ritmo diário de exercícios físicos de dar inveja a jovens e adultos sedentários. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Academias (Acad), os idosos já são responsáveis por um terço das matrículas no país.

Esse número é equivalente a 1,8 milhão de alunos – há dez anos não passava de 300 mil.
Em Santos, no litoral sul de São Paulo, o dentista João Henrique de Mesquita, de 80 anos, é um exemplo dessa disposição há 62 anos, quando começou a malhar.
Além de fazer musculação três vezes por semana, o profissional – que ainda não pensa na aposentadoria – se mantém ativo com aulas de natação, surfe, kitesurf, caminhadas e corridas na praia.
João Henrique de Mesquita, de 80 anos, frequenta a academia três vezes por semana (Foto: Arquivo pessoal)
“Mantenho o peso desde os 18 anos: 70 kg em 1,76 m. Não sinto dor, não tenho colesterol alto, nada. Sempre me cuidei e tive uma alimentação saudável, e nunca malhei para ficar forte, com braço e peitoral.
Isso tudo é consequência”, diz Mesquita.
Segundo ele, é possível reconhecer quem não faz atividade física regular só de olhar na rua, pelo andar cansado. Mas o dentista destaca também que os exageros são tão prejudiciais quanto a falta de exercícios, e cita ex-atletas que se desgastaram e sentem dores após anos de treinamento intensivo.
“Amigos meus extrapolaram e tiveram que parar, por causa de lesões, problemas nas articulações e até rompimento do bíceps. O excesso em tudo é ruim”, afirma o santista.
Em imagem de 2004, dentista de Santos aparece
após aula de surfe na praia (Foto: Arquivo pessoal)

E os idosos não querem apenas aulas de baixo impacto, como hidroginástica, alongamento e pilates. Procuram diversificar as modalidades e também ter um gasto calórico alto, para manter a forma.
É o caso da dona de casa paulistana Terezinha Jorge, de 63 anos, que faz natação e hidroginástica duas vezes por semana, musculação e esteira na academia do prédio há um ano, e corridas no parque com um personal trainer, para fortalecer o corpo.
“Sempre me exercitei, faço natação há 30 anos e gosto muito do estilo borboleta, que todo mundo acha pesado. Nado entre 1.000 e 1.200 metros em 45 minutos”, revela.
Terezinha conta que é “caxias” e não falta a nenhuma aula, mesmo não gostando muito de musculação. Já o personal, segundo ela, é um incentivo a mais, pois, se não tiver ninguém do lado, acaba não tendo ânimo para se mexer.

Durante a menopausa, a dona de casa diz que passou por um período de pré-diabetes, hipertensão, colesterol e triglicérides altos – que já baixaram.
“Para controlar a alimentação, estou consultando uma nutricionista, porque gosto muito de comida salgada”, revela.
Terezinha Jorge, de 63 anos, faz esteira na academia do prédio onde mora, em SP (Foto: Arquivo pessoal)