O piauiense pagou R$ 1,14 bilhão em impostos até esta quinta-feira
(21). O dinheiro seria suficiente para comprar mais de 570 mil TVs de
Led. Os dados são do site impostômetro, mantido pela Associação
Comercial De São Paulo, que apura em tempo real os tributos arrecadados
no Brasil, pela União, Estados e Municípios.
Segundo a ferramenta,
são mais de R$ 241 milhões por mês, R$ 7,98 milhões por dia e R$ 354
para cada um dos 3.140.213 habitantes do estado pagos em impostos.
Apesar do número, o piauiense ainda terá que trabalhar até o dia 30
de maio somente para pagar impostos, taxas e contribuições aos cofres
públicos. Ou seja, considerando toda a carga tributária incidente sobre a
renda bruta anual, o contribuinte irá trabalhar até o próximo dia 30 só
para pagar tributos, afirma estudo do Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário (IBPT).
O peso dos impostos dificulta o desenvolvimento das empresas e a da
própria economia, afirma Valdeci Cavalcante, presidente da Federação do
Comércio no Piauí (Fecomércio).”Está ficando inviável ser empresário ou
praticar o comércio. Os preços do Brasil são superiores aos do resto do
mundo. O litro de combustível comercializado ao preço de R$ 2,80, paga
R$ 1,20 em impostos. Isso onera todo o resto da cadeia produtiva. A
carga tributária é muito alta e continua aumentando”, diz.
Além de cobrar altos impostos, o governo não dá retorno para a
população e setor produtivo, diz Cavalcanti. “O Brasil tem praticamente a
mesma estrutura de 40 anos atrás, os mesmo portos e aeroportos, mas a
produção aumentou 80%. Não temos estrutura. Existe um imposto específico
para a conservações das estradas, mas cadê a qualidade das rodovias. Os
produtores do nosso cerrado vivem um drama para poder escoar sua
produção de grãos”, relata.
Ezequias Costa, presidente da Associação
Industrial do Piauí (AIP), concorda com Valdecy quanto à falta de
retorno dada pelos governos. “Normalmente, quem não acha que o Brasil
tem muito simpostos, diz que existem países com carga tributária ainda
maior do que a nossa. Isso é verdade, mas eles oferecem uma
contrapartida de serviços públicos formidável: saúde, educação e
previdência de qualidade. Não é o caso do Brasil”, opina.