
O boato de chacina em escolas do município de Luzilândia, a 234 km de
Teresina, continua afastando alunos da sala de aula há cerca de 18
dias. Segundo a secretaria de Educação, Alcionete Pereira da Silva, o
clima ainda é de insegurança e apesar do reforço policial, em uma das
escolas com 150 alunos no turno da manhã, apenas cinco estudantes
compareceram a unidade escolar.
“A suspensão das aulas, que deveriam ter começado no último dia 14,
já foi comunicada a secretaria de Educação e pedimos que o caso fosse
comunicado formalmente também a secretaria de Segurança. Os pais ainda
não tem confiança para deixar seus filhos irem para escola e as crianças
estão sendo prejudicadas”, explica a secretária.
Alcionete Pereira conta que além do vigia, equipes da Guarda
Municipal e Polícia Militar reforçam a segurança na porta das escolas,
mas a medida ainda não tem sido suficiente para que os alunos retornem a
sala de aula. “Até carro de som disponibilizados pela prefeitura estão
circulando pelos bairros para comunicar as famílias sobre o retorno das
aulas”, reitera.
Entre alunos da rede municipal e estadual mais de 10 mil estudantes
estão sem aulas. O boato teve início quando o foragido identificado como
Geovane Bento da Silva, conhecido como “Nego da Beatriz”, teria feito
uma promessa de invadir uma escola e atirar contra os alunos.
Inicialmente, a informação é que ele iria assassinar a filha do policial
militar que estuda em uma escola estadual.

Família do acusado denuncia
O possível autor da chacina continua foragido e sua família denuncia
que está sofrendo perseguição policial. Beatriz da Conceição Ferreira da
Silva, esposa do suspeito, disse que teve a casa invadida por policiais
da Força Tática na noite desta quarta-feira (30).
“Os policiais cercaram o local por volta das 23h30 e mandaram eu
abrir a porta e sair com a mãos na cabeça. Eles disseram que tinham a
informação de que o Geovane dormia todas as noites na nossa residência e
então, mandei os policiais entrarem e procurarem, mas não tinha
ninguém. A Polícia entrou na minha casa a noite, sem autorização e sem
mandado judicial. Até uma casa que está para alugar foi arrombada”,
conta a esposa do acusado.

O advogado Gilberto de Simone Júnior, que defende a família do
suspeito, reforça que as informações que circulam no município são
apenas boatos e que Geovane Bento da Silva está foragido, com medo de
ser morto.
“Ele cumpriu pena pelo crime de homicídio e existem ainda dois
inquéritos policiais em andamento por crimes de roubo. Se já foi
sentenciado, ele e a família não podem estar sendo condenados novamente
pela população, por um caso que nunca existiu, que não é verdade. Ele
está foragido por que teme que a polícia tire a vida dele”, explica o
advogado.
Polícia diz que agiu na legalidade
Por outro lado, o delegado de Luzilândia Maycon Kaestner explica que o
acusado cumpria pena em liberdade condicional pelo crime de homicídio e
que é considerado foragido da Justiça. Ele destaca ainda que não houve
invasão à casa da esposa do acusado, mas que a Polícia Civil e Militar
está realizando uma ‘força-tarefa’ para capturar o acusado.
“Desde que o acusado teve a prisão preventiva decretada estamos em
diligência e vamos continuar 24h na busca pelo acusado para dar fim a
essa situação de anormalidade. Alguém iniciou um boato que tomou uma
proporção muito grande, mas reforço, são apenas boatos. Agimos na
legalidade e com autorização da moradora da casa entramos em uma
residência ontem a noite para averiguar o quintal”, explica Kaestner.
O delegado recomenda ainda que Geovane Bento da Silva se apresente à Polícia Civil, que assegurará sua integridade física.
Fonte: Imperial Fm